A ex-senadora Marina Silva (sem partido), que articula a criação de um novo partido, o Rede Sustentabilidade, se uniu ao PSDB, PSB e MD (fusão do PPS e PMN) para tentar barrar no Senado o pedido de urgência para votar o Projeto de Lei 4.470/12, que inibe a criação de novas legendas.
Esse é o primeiro passo da ofensiva do grupo que, por enquanto, tem chances reduzidas de sucesso: concentra apenas 16 dos 81 senadores. Marina espera ampliar apoios de dissidentes do PMDB. A ex-ministra se reuniu ontem com o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o líder do PSB no Senado, Rodrigo Rollemberg (DF).
Eles fizeram duras críticas à proposta aprovada na última quarta-feira na Câmara dos Deputados e articulam medidas para que as restrições às siglas não comecem a valer já em 2014. Cooptações. "Não é justo que a população seja cerceada de opções do nível da Marina Silva, de Eduardo Campos, que possam surgir legitimamente", disse Aécio Neves. "Não aceitamos o casuísmo do governo federal, que age como se temesse a disputa eleitoral."
| Senador Aécio Neves e a ex-ministra Marina Silva |
Em entrevista, o senador Aécio Neves fala sobre a restrição a novos partidos e a votação do PL 4470/12 no Senado.
Local: Brasília – DF
Data: 23-04-13
Sobre reunião com lideranças de partidos para discutir projeto que inviabiliza a criação de novos partidos.
Estamos iniciando no Senado, agora, um grande movimento em favor da democracia. Não é razoável que o governo estimule a criação de partidos políticos para lhe dar apoio e impeça, na mesma Legislatura, a criação de outros partidos políticos que têm uma outra visão de país. Na verdade, é o pacote de abril moderno que o governo do PT impõe ao Brasil. Vamos reagir porque não é justo que a população brasileira seja cerceada de opções do nível de Marina Silva, Eduardo Campos e outras que possam surgir legitimamente. O que não aceitamos é o casuísmo do governo federal, o rolo compressor da maioria do governo, que age como se temesse a disputa eleitoral. Na minha avaliação, o que fica de toda essa truculência federal, de toda essa violência para com a democracia, é um receio muito grande do embate eleitoral que está por vir.
Sobre a possibilidade das novas regras valerem a partir de 2015.
É adequada essa proposta. O que não podemos é no mesmo período legislativo termos dois pesos e duas medidas. Quando interessa ao governo, estimula-se a criação de partidos políticos, e quando eles surgem fora do guarda-chuva, da proteção dos cargos do governo federal, eles são impedidos de virem a ser criados. Defendemos que a partir da próxima legislatura existam sim amarras e limites para criação de partidos políticos. Portanto, há um enorme casuísmo. Poderia, não apenas eu, vários senadores da oposição e do governo, com alguns que estavam aqui de partidos que apoiam o governo, não poderia imaginar que o governo do PT chegasse aonde chegou. É uma violência para com a democracia. Não é um movimento da oposição. É um movimento da cidadania. E espero que possamos, no plenário do Senado Federal, não aprovar, rejeitar a proposta de urgência que deve ser apresentada pelo governo do PT.
Sobre posicionamento da bancada do PT na votação das novas regras.
Vamos enfrentar com muita clareza e vejo que líderes do PT estão constrangidos. Ouvimos ontem uma palavra do líder do PT no Senado, que parece que já não é exatamente a de hoje. O PT, através da força do seu governo, impede até mesmo que seus parlamentares aqui possam expressar aquilo que suas consciências determinam. Vejo enorme constrangimento de democratas que existem em todos os partidos que estão sendo tutelados, levados pela força do governo a mudar de posição. Vamos reagir. E repito, isso só demonstra que a presidente da República tem enorme temor em relação a quem vai enfrentar nas próximas eleições.
Local: Brasília – DF
Data: 23-04-13
Sobre reunião com lideranças de partidos para discutir projeto que inviabiliza a criação de novos partidos.
Estamos iniciando no Senado, agora, um grande movimento em favor da democracia. Não é razoável que o governo estimule a criação de partidos políticos para lhe dar apoio e impeça, na mesma Legislatura, a criação de outros partidos políticos que têm uma outra visão de país. Na verdade, é o pacote de abril moderno que o governo do PT impõe ao Brasil. Vamos reagir porque não é justo que a população brasileira seja cerceada de opções do nível de Marina Silva, Eduardo Campos e outras que possam surgir legitimamente. O que não aceitamos é o casuísmo do governo federal, o rolo compressor da maioria do governo, que age como se temesse a disputa eleitoral. Na minha avaliação, o que fica de toda essa truculência federal, de toda essa violência para com a democracia, é um receio muito grande do embate eleitoral que está por vir.
Sobre a possibilidade das novas regras valerem a partir de 2015.
É adequada essa proposta. O que não podemos é no mesmo período legislativo termos dois pesos e duas medidas. Quando interessa ao governo, estimula-se a criação de partidos políticos, e quando eles surgem fora do guarda-chuva, da proteção dos cargos do governo federal, eles são impedidos de virem a ser criados. Defendemos que a partir da próxima legislatura existam sim amarras e limites para criação de partidos políticos. Portanto, há um enorme casuísmo. Poderia, não apenas eu, vários senadores da oposição e do governo, com alguns que estavam aqui de partidos que apoiam o governo, não poderia imaginar que o governo do PT chegasse aonde chegou. É uma violência para com a democracia. Não é um movimento da oposição. É um movimento da cidadania. E espero que possamos, no plenário do Senado Federal, não aprovar, rejeitar a proposta de urgência que deve ser apresentada pelo governo do PT.
Sobre posicionamento da bancada do PT na votação das novas regras.
Vamos enfrentar com muita clareza e vejo que líderes do PT estão constrangidos. Ouvimos ontem uma palavra do líder do PT no Senado, que parece que já não é exatamente a de hoje. O PT, através da força do seu governo, impede até mesmo que seus parlamentares aqui possam expressar aquilo que suas consciências determinam. Vejo enorme constrangimento de democratas que existem em todos os partidos que estão sendo tutelados, levados pela força do governo a mudar de posição. Vamos reagir. E repito, isso só demonstra que a presidente da República tem enorme temor em relação a quem vai enfrentar nas próximas eleições.
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